floquinhos

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

As coisas mais simples...


Belo Belo


Belo belo belo.
Tenho tudo quanto quero


Tenho o fogo de constelações extintas há milênios
E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes
A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.
O dia vem e dia a dentro
Continuo a possuir o segredo da grande noite.


Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.


Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra nos dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis;
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.

- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.


(Manuel Bandeira)

2 comentários:

Anônimo disse...

Que belo poema!
A minha Mãe recitava mt Manuel Bandeira e,de menina,aprendi a entendê-lo.
Beijo.
isa.

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Isa

Que privilégio, minha amiga, crescer num lar como o seu... Não admira ser a Isa uma pessoa tão sensível e doce...

Beijos