floquinhos

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CAFE NO TERRACO AO AMANHECER



Ha sempre um escrito ou outro que se torna mais significativo ao longo de nossas vidas de escrivinhadores, não é mesmo? Pois há uma pequena crônica que postei em meu site, faz anos, nem sei se pode ser chamada de crônica, são poucas linhas, que sempre foi bem acolhida, sempre me trouxe bons retornos e chegou mesmo a trazer um certo e doce encantamento a minha vida, num determinado momento. No entanto, penso em retira-lo do site, por motivos pessoais. Mas como é um escrito afetivo, resolvi posta-lo aqui, hoje, numa forma de despedida, de partir amarras, de adeus a um sonho. Espero que gostem.
Café no Terraço

Vamos tomar um cafezinho? Sente-se aqui, pegue sua xícara com cuidado porque o café está pelando... e sirva-se deste bolo de chocolate que está ótimo. Se preferir, aí estão os pãezinhos de queijo ou as torradinhas com mel ou geléia. E admire comigo a beleza deste amanhecer de outono, este céu límpido, este ar mais puro, depois das fortes chuvas desta noite... Ouça o canto dos bem-te-vis que voam livres e o dos canários que vivem presos na gaiola dependurada no terraço do apartamento do vizinho, ao lado. O bem-te-vi tem um modo singelo de cantar, singelo mas alegre, um som de liberdade. Já o canário tem um cantar mavioso, lindo, mas um tanto triste, um som de aprisionamento, de ânsia de liberdade... E aí está o casal de beija-flores, como em todas as manhãs... E o tuinzinho que se empoleira na rede de proteção do terraço; depois de vários malabarismos, dá uma voltinha pelo lado de dentro, empoleira-se de novo e então ganha os ares novamente... É ainda pequeno, parece ser filhote, mas já sabe o quanto é maravilhoso poder abrir as asas para o mundo e voar livremente, sem coleiras, sem gaiolas...
Que bom poder tê-lo aqui comigo, amigo, em mais este amanhecer! Dividir com você tanta beleza, beleza essa que a maioria das pessoas nem enxerga, cegas que estão, mergulhadas dentro de si mesmas, envolvidas com seus problemas e com tantas ocupações, tantos compromissos, que por vezes as aprisionam, como a gaiola o faz com o lindo canarinho.... Mas nós ainda conseguimos enxergar a beleza de um amanhecer, a poesia que existe em um pôr-de-sol, ainda nos emocionamos com o canto de um pássaro, ainda sentimos prazer ao roçar do suave vento de um começo de outono (ou de primavera) em nossas faces... E isso tudo torna a vida mágica, encantada!

Dulce Costa
Março/2001

2 comentários:

Lourdes disse...

Olá Dulce.

Acabei de arrumar a cozinha, após o jantar, e vim para o computador pôr a escrita em dia, enquanto bebia o meu cafezinho.
Há cada coincidência...
Beijinhos

UBIRAJARA COSTA JR disse...

Ola Lourdes
mas é mesmo uma coincidência. Que bom!
Beijinhos