floquinhos

sábado, 29 de novembro de 2008

NOSSA ARVORE DE NATAL


Aproveitando a presença das crianças em casa pelo feriadão do Thanksgiven, minha filha resolveu montar ontem sua árvore de Natal. Os kids deliraram com a idéia e pusemos mãos a obra. Com uma seleção de musicas de Natal colocada para tocar, o clima natalino foi se incorporando ao ambiente, as caixas trazidas do sótão foram abertas e um mundo multicolorido de bolas, estrelas, flocos de neve, bonequinhos, pingentes, foi se espalhando pela mesa e de lá para os galhos da árvore já armada e com os fios de luzes devidamente colocados em volta dela. Philip seguia a orientação da mãe, quanto a colocação dos enfeites, já o Alexander, voluntarioso como ele só, em seus sete aninhos de vida, achando que decoração de árvore é com ele mesmo, queria colocar só o que achasse bonito e aonde bem entendesse. Foi preciso muita “psicologia” para que ele se encaixasse no “contexto”... risos Mas uma bola dourada aqui, uma vermelha ali, uma azul acolá, e a cara do Natal foi se formando ali, naquele canto da sala entre as duas janelas. E enquanto montávamos a árvore minha filha e eu íamos contando aos meninos como eram os Natais de nossas infâncias, e eu dizia que, na idade deles, mal sabia o que era uma árvore de Natal, e que só bem mais tarde, já adolescente, foi que meu pai comprou nossa primeira árvore e era um pinheiro natural que íamos comprar numa chácara lá no bairro do Tatuapé, na semana do Natal, porque se comprássemos antes ela secaria e na noite de 24 de dezembro estaria feia demais. Contei que tínhamos poucos enfeites, bolas, pingentes, ponteira, tudo feito em vidro muito fino que se quebrava ao menor descuido e que colocávamos velinhas (de verdade) nela e essas velinhas eram acesas na hora da ceia. E minha filha lembrou da alegria que sentia, ela já adolescente, tantos anos depois, quando ajudava meu pai a montar ainda sua árvore, já bem mais sofisticada e já com as luzes multicoloridas,. Lembrou-se de como era gostoso quando meu pai pedia a ela para salpicar toda a árvore com floquinhos de algodão, dizendo que era a neve. Todos os meus filhos guardam essa lembrança e ainda hoje, quando monto minha árvore, meus filhos gostam de jogar uns “floquinhos de neve” nela... rs... É tão curioso isso. Meu pai nunca tinha visto neve em sua vida, nascera na Ilha da Madeira, fora pequenino para o Brasil, mas certamente a primeira árvore de Natal que vira fora em algum cartão, ou folheto talvez americano, aonde os White Christmas são tradição, então resolvera incorporar a neve a nossa arvore tropical.
E de bola em bola, de história em história, hoje, aqui em Winchester, uma quarta geração da família, representada pelo Philip e pelo Alexander, montou sua árvore de Natal. Mas sem os floquinhos de neve. Essa fica lá fora, cobrindo o gramado, as ruas, a cidade, permitindo-nos um Happy White Christmas.

Dulce / novembro de 2008

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